quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014


De olho no Oscar

Crítica de ELA



Quando se fala de filmes sobre futuro, logo pensamos em ver robôs, máquinas andando no meio da rua, carros voadores, mas nunca imaginamos que nesse futuro ainda, o grande mal em questão do ser humano seja a SOLIDÃO.
Partindo desse viés, Spike Jonze nos fascina com a história de ELA (Her), um filme que mostra a que ponto um homem solitário sobrevive nesse mundo com tantos aparatos tecnológicos e quase nenhum contato real e humano. Onde cada pessoa vive no seu casulo, com seus jogos interativos, suas altas tecnologias e aparelhos que “substituem” o contato com os amigos, por exemplo, as conversas no bar, as risadas... É dessa forma que o enredo se desenrola, com Theodore (Joaquin Phoenix), um escritor de cartas à mão, que sofre as tristezas de uma recém separação com sua esposa Catherine. Nesse meio tempo, é lançado no mercado um novo Sistema Operacional (OS), logo, Theodore se interessa e o adquire, é assim que surge Samantha, ou melhor, a voz dela, interpretada por Scarlett Johansson.
Após poucas conversas, Samantha mostra uma inteligência aguçada, uma “sensibilidade” fora do comum e uma sintonia incrível com Theodore, que logo se apaixona por “ELA”. O que se pensar desse relacionamento? Como gostar, sentir falta, sentir emoções e prazer por uma voz sem um rosto e por sua vez ter reciprocidade?
Um dos filmes indicados ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Roteiro Original, Canção Original, com a música The moon song (https://www.youtube.com/watch?v=SU6KFnGF9M8), Desenho de Produção e Trilha Sonora. Jonze foi responsável pela grande produção do filme Quero Ser John Malkovich (1999), e hoje se viu em meio a uma grande polêmica, quando foi acusado por dois roteiristas de ter roubado e adaptado o filme. Fato não confirmado, tanto é que o mesmo concorre ao Oscar de Roteiro Original e é um forte candidato a ganhador. Outro fato curioso do filme é o encantamento diante da interpretação de Scarlett Johansson que dá voz ao Sistema. Uma voz rouca e sensual que deixa Theodore totalmente hipnotizado por ela. Scarlett foi “proibida” de concorrer ao Globo de Ouro e também impedida de concorrer ao Oscar, fato que desagradou aos fãs do longa. Ela não somente dá voz ao personagem como nos passa a emoção e sensibilidade do Sistema. O filme também conta com a participação de Amy Adams e Rooney Mara.
ELA (Her) é um filme singelo e romântico que aborda de uma maneira delicada a fragilidade humana diante do mundo solitário.

Título original: Her (2013)

Por Bárbara


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

De olho no Oscar

Crítica de Álbum de família



O que se esperar de um filme onde se encontram Julia Roberts e Meryl Streep? Grandes expectativas, com certeza. Afinal, estas são atrizes ganhadoras do Oscar e donas de um talento sem igual. As duas estão presentes em Álbum de Família, filme de John Wells, baseado em August: Osage County (premiada com o Pulitzer), livro e peça de Tracy Letts (com também outras duas peças levadas ao cinema, Possuídos e Killer Joe). Uma história de veia realista, parecida com as muitas do maior dramaturgo brasileiro, Nelson Rodrigues. Este, também, escreveu uma peça com o mesmo título do filme, e nas duas obras é mostrado uma verdade nua e crua, sem retoques.
Em Álbum de Família, todas as máscaras caem, todas as fragilidades dos personagens vêm à tona, seus medos, suas angústias e seus pecados. O filme narra a história da família Weston, que vive no Condado Osage, em Oklahoma (EUA), considerada o inferno na terra no mês de agosto, transparece na trama um calor insuportável. A casa da família é conservada com as cortinas fechadas, não chega a ser espantoso sentirmos o mofo exalando do local.
A densidade da trama começa quando as três irmãs Barbara (Julia Roberts), Ivy (Julianne Nicholson) e Karen (Juliette Lewis) têm que voltar para casa e cuidar da mãe, Violet Weston (Meryl Streep), uma mulher doente, viciada em remédios e bebidas e uma mãe infernal.
Nessa história familiar cheia de reviravoltas, dramas internos sem tamanho e revelações bombásticas, é comum algumas demonstrações de carinho:
- Onde está a carne? Grita Violet.
- Coma o peixe, puta! Responde a filha Barbara.
É um filme denso, que segue com indicações ao Oscar de melhor atriz (Meryl Streep, indicada ao prêmio pela 18ª vez!) e melhor atriz coadjuvante (Julia Roberts), não vale à pena perder.


Título Original: August: Osage County (2013)


         Por Bárbara


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

De olho no Oscar

Crítica de O lobo de Wall Street



Sinopse
Durante seis meses, Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) trabalhou duro em uma corretora de Wall Street, seguindo os ensinamentos de seu mentor Mark Hanna (Matthew McConaughey). Quando finalmente consegue ser contratado como corretor da firma, acontece o Black Monday, que faz com que as bolsas de vários países caiam repentinamente. Sem emprego e bastante ambicioso, ele acaba trabalhando para uma empresa de fundo de quintal que lida com papéis de baixo valor, que não estão na bolsa de valores. É lá que Belfort tem a ideia de montar uma empresa focada neste tipo de negócio, cujas vendas são de valores mais baixos mas, em compensação, o retorno para o corretor é bem mais vantajoso. Ao lado de Donnie (Jonah Hill) e outros amigos dos velhos tempos, ele cria a Stratton Oakmont, uma empresa que faz com que todos enriqueçam rapidamente e, também, levem uma vida dedicada ao prazer.





Crítica
    O filme dirigido por Martin Scorsese, gênio do cinema e responsável por obras primas como "Taxi Driver", "Touro Indomável" e o mais recente "A invenção de Hugo Cabret", é também a quinta parceria de Scorsese e Leonardo DiCaprio. 
      Em "O lobo de Wall Street", a ironia, o sarcasmo e a extravagância dão o tom à trama, que conta os bastidores do método nada convencional de Jordan Belfort no mercado de ações e como o dinheiro, sexo, drogas, poder e corrupção transformam a sua vida.
      No entanto, o personagem possui um tom ambivalente, já que é totalmente amoral e cínico, mas que também desperta fascínio e simpatia em seu público. Brilhantemente interpretado por Leonardo DiCaprio, que ganhou o Globo de Ouro, por melhor ator de comédia e que desta vez não foi esquecido pela Academia, Jordan é desprezível e carismático ao mesmo tempo, e é ele quem narra sua própria história e mostra seu ponto de vista bem persuasivo e irônico.
   Algumas cenas são hilárias, outras, para os politicamente corretos, ofensivas, algumas críticas mais pesadas chegam a chamar o filme de "pornô babaca", porém, em minha humilde opinião, todas as cenas de nudez, sexo e drogas estão bem contextualizadas com a história, não são meramente gratuitas.
    O elenco é excelente, conta com Jonah Hill, que concorre mais uma vez a melhor ator coadjuvante, o ótimo Jean Dujardin, na pele de um banqueiro inescrupuloso, Matthew McConaughey, Rob Reiner, Jon Favreau, e a desconhecida Margot Robbie. 
     Em relação às categorias principais a que concorre, creio que Scorsese não leve o prêmio, pois disputará com o favorito Alfonso Cuarón, diretor de Gravidade, enquanto que Leonardo DiCaprio também terá uma disputa acirrada com Matthew McConaughey, outro ator premiado por Clube de Compras Dallas. Talvez também não leve o grande prêmio pois o longa seria incorreto demais para os conservadores da Academia, apesar de tudo, acho que está em pé de igualdade com todos os outros longas, pois tem uma bela direção, um elenco excepcional e uma ótima história.

Título original: The Wolf of Wall Street (2013)

Por Kátia.



terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Um corpo que cai (Vertigo), de Alfred Hitchcock (1958)




A obra prima de Alfred Hitchcock está de volta às telonas depois de um belo trabalho de restauração do original em meados de 1990.
Os cinéfilos de plantão aqui em Fortaleza têm a oportunidade de assistir ao clássico no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Eleito como o melhor filme de todos os tempos, pela Revista Sight & Sound, desbancando outro grande filme: Cidadão Kane.
Em “Um corpo que cai”, veremos a história do detetive John “Scottie” Ferguson (James Stewart), que se aposenta depois de uma crise de acrofobia, o mesmo recebe a missão de seguir os passos de Madeleine Elster (Kim Novak), esposa de seu antigo amigo da faculdade, Gavin Elster. Assim, Scottie começa sua investigação, e para seu desespero Madeleine tem uma obsessão por lugares altos.
No decorrer da história Scottie se apaixona pela misteriosa mulher e se envolve numa trama cheia de reviravoltas.
Alfred Hitchcock, o mestre do suspense é impecável em suas obras cinematográficas, deixando o expectador vibrar com histórias envolventes, personagens marcantes e um enredo extraordinário que fascina todos em qualquer época.


Por Bárbara.